Ninguém quer o corpo do criminoso nazista Erich Priebke


O nazismo continua gerando polêmica. A polícia italiana está vigilante para evitar manifestações de apoio ao nazismo. O muro em frente a residência do oficial alemão já havia sido pichado com frases de apoio ao fascismo.   


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  atualizado às 20h33

Ninguém quer o corpo do criminoso nazista Erich Priebke



Três dias depois de sua morte, em Roma, aos 100 anos, o criminoso nazista alemão Erich Priebke continua suscitando controvérsia devido ao repúdio do Vaticano, da Argentina, da Alemanha e da Prefeitura de Roma em realizar seu funeral.
O enterro do capitão das SS, condenado em 1998 à prisão perpétua pela participação na morte de 335 civis italianos, ainda não pôde ser resolvido. A maior matança cometida pelos nazistas na Itália ficou conhecida como massacre das Fossas Ardeatinas, e ocorreu em Roma, em março de 1944.
O procurador e amigo de Priebke, Paolo Giachini, que tentou de todos os meios organizar uma cerimônia pública, recebendo como resposta um categórico não, anunciou à imprensa italiana que nesta segunda será realizada uma cerimônia de despedida de forma privada e discreta na residência romana onde cumpria prisão domiciliar.
O advogado, que esperava cremar o corpo de Priebke no cemitério militar alemão de Pomezia, perto de Roma, não poderá fazer isso porque o falecido oficial nazista não morreu em combate, explicaram à AFP fontes da entidade.
A possibilidade de enviar os restos mortais de Priebke para a Alemanha, seu país de nascimento, também tem sido examinada.
"Pode ser cremado na Alemanha", explicaram fontes do Ministério de Relações Exteriores alemão.
"Mas o governo não tem motivo, nem razões para se pronunciar sobre o assunto, já que ninguém apresentou uma solicitação oficial. É uma decisão que os familiares devem tomar", acrescentaram.
O diretor do Centro Simon Wiesenthal, organização que zela para que os criminosos nazistas respondam por seus crimes, propôs que o corpo do oficial nazista seja enviado para a Alemanha para ser cremado.
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, Efraim Zuroff, diretor do centro Wiesenthal, declarou que "o melhor é enviar o corpo para a Alemanha para que seja cremado", mas tudo parece indicar que também não será possível essa opção.
Detido na Argentina em 1994 após ter vivido tranquilamente nesse país por mais de 40 anos, extraditado e julgado na Itália, Priebke jamais pediu desculpas ou manifestou algum arrependimento por seus atos.
"A Alemanha tem as leis adequadas para evitar que os funerais e a incineração se transformem em uma festa de neonazistas", destacou Zuroff.
A cremação do capitão das SS "é uma solução eficaz", disse após lembrar que o corpo de Hitler também foi cremado.
"Com esse gesto se destrói tudo o que representa o nazismo", avaliou.
Para o presidente da comunidade judaica de Roma, Riccardo Pacifici, celebrar o funeral na capital italiana "é algo inconcebível, porque aqui cometeu o crime mais atroz".
"Não é justo que o enterrem em Roma, deve voltar para a Alemanha, para Berlim", destacou.
Giachini lançou uma verdadeira campanha para que seja enterrado na Itália e torná-lo símbolo da extrema direita europeia.
O advogado divulgou, inclusive, uma desconcertante entrevista-testamento de Priebke no qual ele defende seu passado e assegura que "o Holocausto" foi inventado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial.
"A fidelidade ao próprio passado faz parte das nossas convicções", sustenta na entrevista.
Depois de ter anunciado o sepultamento do oficial em Bariloche, sul da Argentina, o que não foi permitido pelo governo daquele país, Giachini pressionou para que seja enterrado na Itália, "um direito", disse em entrevista à televisão.
Militantes de extrema direita, entre eles os fascistas do movimento "Militia", tentaram levar coroas de flores ao edifício onde vivia o criminoso nazista e deixaram uma legenda pintada em sua homenagem com a suástica, que foi rapidamente apagada por ordem da prefeitura.
Atos que alimentam o clima de tensão na capital, já que em 16 de outubro se comemora o 70º aniversário da deportação de mil judeus do gueto de Roma para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, dos quais 16 sobreviveram.
O prefeito de Roma, Ignazio Marino, advertiu que não autorizará o enterro de Priebke, mesmo que a lei preveja que todo morto seja enterrado no lugar onde faleceu.
"Farei o que for para impedir que Priebke seja sepultado em Roma", disse, a Cidade Eterna é uma "cidade antinazista e antifascista".
O chefe de polícia de Roma, Fulvio della Rocca, proibiu por razões de segurança que se celebrem demonstrações públicas pela morte de Priebke em toda a província.




 


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